sábado, 27 de agosto de 2011

MUDE



Mudar é algo inevitável
Mudar é indispensável
Mudar é ser mais adorável

Eu Mudo para ser inesquecível
Eu mudo para ser invencível
Mudar é incrível

Tu Mudas para melhorar
Tu mudas para se formar
Mudar é acreditar

Ela muda para me surpreender
Ele pra me convencer
Mudar para merecer

Nós mudamos para evoluir
Nós mudamos para sentir
Mudar é interagir

Vós mudais para se purificar
Eles mudam para nos copiar
Mudar é amar...
Mude para eternizar...
E jamais deixe de mudar, mude!

segunda-feira, 28 de março de 2011

Fora na escola

  Naquele dia eu acordei um pouco chateado, pois minha mãe não me deixara sair na noite passada. Fui para a escola, a primeira aula era de matemática:
 –– Bom dia alunos – disse o professor logo que entrou na sala.
 –– Bom dia professor – dissemos todos.
 –– Antes de qualquer coisa quero dizer que hoje terá uma prova.
   Aquela palavra soou nos meus ouvidos como uma bomba. Então eu disse:
 –– Mas o senhor não avisou que haveria prova, eu nem estudei!
 –– Não tem necessidade. É um probleminha e...
 –– Como um probleminha?Isso é um problemão, eu fiquei com seis de media no bimestre passado, eu não vou ficar para recuperação!
 –– Garoto acalme-se!
 –– Me acalmar? São os meus estudos que estão em jogo.
   A essa altura da guerra psicológica todos os alunos presentes começaram a falar ao mesmo tempo. Foi aí que o professor reagiu:
 ––Silencio, silencio, silencio – gritou ele um tanto irritado – a prova é apenas alguns probleminhas de matemática, será que é tão difícil entender?
 ––Desculpe professor.
 ––Eu estava tentando dizer desde o começo.
   Fiquei com a maior vergonha. A sala inteira ficou rindo da minha cara. E ainda pra completar a minha humilhação... Um engraçadinho gritou em alto e bom som: ”acorda mane!”.

domingo, 27 de março de 2011

Tina

– Amor cadê a Tina?
­­– Eu não sei.
– E você fala com essa tranqüilidade?
– O que você quer que eu faça?
– Não me responda com outra pergunta!
– Mas eu não posso fazer nada...
– Pode me ajudar a achá-la!
– Esta bem, eu vou procurar no jardim!
– Já procurei lá, aliás, eu procurei em toda a casa e nada...
– Ela só pode estar com o Felipe!
– O Felipe?
– Sim ontem eu vi os dois juntos.
– Não pode ser!O que está acontecendo com a minha querida!Na semana passada ela estava com o Pedro, ela deve estar com algum problema e eu como mãe tenho que ajudar.
– O que vai fazer?
– Vou pegar os dois no flagra.
– Já sei amor!Você podia perguntar ao Carlos, ele sim te pode dizer sobre a Tina.
– O Carlos?Mas ele é tão diferente!
– Você é preconceituosa?
– Claro que não, eu...
­­– Amor como pode?Você?Uma pessoa tão bonita, educada e polida, fazendo distinção entre a raça, espécie ou cor de um ser?
– Nossas relações não devem ser discutidas agora, eu vou atrás da Tina!
No jardim, a mulher encontra Tina, num canto com Felipe:
– Tina, o que esta fazendo?
–...
– Você não pode ser assim, o Felipe e o Jonas são irmãos.
–...
– Querida venha comigo, vou te levar para o seu cercado, onde você é uma jabuti comportada.
–...
– Amor!Venha buscar os dois jabutis tarados que estão atrás da casa, feche eles, pois estão muito travessos.
– Eles são apenas jabutis...
–Machos, e a Tininha é a única fêmea dos três.
– Tá bom amor, mas a propósito você viu o Carlos?
– Aquele papagaio fofoqueiro fugiu de novo?
– Acho que sim...
– Esses animais de hoje em dia, estão cada vez maios loucos. E você viu o Charles?
– Não, não vi.
– Me ajude a procurá-lo.
– Meu bem, um peixe não sai do aquário assim.
– É mesmo, aposto que tem a ver com o Fred.
– Porque você acha que é ele? Gambás não são carnívoros.
– Sei lá, ele é tão diferente.
– Você é preconceituosa?
      ...

sexta-feira, 25 de março de 2011

Bala Perdida


Por volta das nove horas ele ainda estava lá, deitado no velho sofá, da velha sala, da velha casa.Todos o chamavam de Didi mas ninguém sabia ao certo seu nome.Era segunda-feira e como sempre estava de ressaca por motivo da bebedeira do dia anterior, até que:
––Acorda, levanta vai ganhar a vida!-gritou sua mulher Vera.
  Como sempre ele tinha perdido o horário de serviço, acordou e arrumou-se desesperadamente para ir.
  Chegando à oficina de carros onde trabalhava ele percebeu algo muito suspeito: a oficina estava fechada. Ele entrou pelo corredor lateral que leva ao fundo da oficina, de repente uma pancada forte o atinge na cabeça o fazendo cair, ouve-se um disparo e depois passos apressados encaminhando-se para um carro. No dia seguinte seu corpo foi encontrado em um rio um pouco distante da cidade por um pescador.
   Uns dizem que ele usava drogas e foi um acerto de contas outros contam que a mulher dele tinha um amante que o matou e alguns terceiros preferem achar que ele foi morto por estar na oficina na hora errada.Mas uma coisa é certa, a policia jamais descobriu que na verdade não era uma bala perdida.
       (originalmente escrito em 2008)

quinta-feira, 24 de março de 2011

A.S.

 Finalmente dezoito anos, eu estava muitíssimo feliz, pois é parecia que demoraria tanto. Eu acordei com meu maninho de cinco anos pulando em cima de mim:
-Bom dia Junior! – Disse eu.
-É a primeira vez na vida que você não briga comigo quando venho te acordar.
-Pois é!
-Um dia vou ficar gandão que nem você.
-Não é gandão, e sim grandão, e eu sou mais velho que você.
-Deixa eu não queria ser grande mesmo, porque ficaria feio assim como você.
 Estava me arrumando, mas ao calçar o tênis:
-Ai! Junior!
-O que é?
-Foi você que colocou isso no meu tênis? – mostrei para ele os objetos: uma tachinha, um botão transparente e  uma pedra.
-Eu tenho cara de um vândalo idiota?
-Na verdade tem sim...
Após discutir um monte com meu irmão, desisti, já que não é nada legal ficar brigando no dia mais feliz da minha vida.
 Depois de tomar café, minha mãe me mostrou um embrulho misterioso sem remetente recebido no dia anterior, o que tinha dentro era o mais estranho:
-Um papel em branco, um cd, e uma foto?
   Após o término da aula nem esperei a turma, corri para casa e me tranquei no quarto. Tinha que haver alguma ligação entre aquelas brincadeiras.
  Pus o cd no som, mas não tocou, revirei, olhei, até que:
-Achei!- Bem no canto da folha em branco, quase não se notava duas letras iniciais a lápis e bem fracas: A.S.
- A.S.?Deve ser Ana Silva, minha quase namorada, ou Alex Souza, meu melhor amigo, não o Alex, não, Aline Soares, minha mãe, é só pode ser minha mãe... – Após a tarde inteira, descobri no mínimo dez pessoas suspeitas. Desisti de desvendar o mistério.
   Três dias depois quando cheguei em casa, meu irmão já estava no meu quarto:
-O que está fazendo aqui?
-Eu achava que eu era pequeno e burro, mas você me superou – pegou o controle do DVD e apertou play – O cd é um vídeo de quando você ainda brincava comigo, a tachinha é de uma vez que nós colocamos na cadeira do titio e morremos de rir, o botão era de sua camisa preferida, e só pra você ver como você ficou chato quando cresceu a pedra você me deu para brincar quando eu completei 3 anos , ela se abre e eu guardei o bilhete que você me deu, a folha em branco é que eu não sei escrever completo, então escrevi somente as iniciais A de Alberto e S de Soares.
-Você fez tudo isso tampinha?
-Viu?Provei pra você que eu já posso ser gandão.
-Grandão!
-Tanto faz!
-Sabe de uma coisa?
-Hum?
-Você é meu irmão preferido!
-Também, sou o único.
-Por isso mesmo...
Isso prova que ter dezoito anos, não é muita coisa.

quarta-feira, 23 de março de 2011

A verdade a respeito daquela noite de almirante

Estão dizendo por ai uma grande mentira a respeito do famoso romance entre Deolindo e Genoveva*, conforme pesquisei e ouvi o depoimento de alguns descendentes de Deolindo a historia da-se da seguinte maneira:
  Aos cinco anos Genoveva já era órfã, então na sarjeta das ruas de Bragança, foi quando conheceu Inacia, puta velha ou como alguns dizem mulher da vida, levou Genoveva consigo para cuidar desde cedo e aprender o serviço. Aos nove anos Genoveva ou Nevinha como era conhecida por toda a cidade, já realizava suas “proezas” com os homens sujos e embriagados que por lá apareciam. Aos vinte anos Nevinha  esperta,olho negro e atrevido,já era denominada “a musa do prazer”.Foi quando conheceu Deolindo ,marinheiro,moço arriado,diferente dos outros que freqüentavam a casa das beldades ou a casa da tia Inacia.Deolindo e Nevinha ficaram cada vez mais próximos, então Deolindo conhecendo mais sobre a moça resolveu que em suas andanças marítimas iria em busca de alguns parentes dela nos paises distantes,demoria para voltar,mas prometia uma resposta.
  Nevinha, já cansada dos castigos físicos a que era submetida quando não satisfazia os clientes, resolveu aceitar a proposta de um de seus “conhecidos”, José Diogo mascate, trabalhador,sedutor e galanteador fazia festa nos corações das moças por onde passava,disse o seguinte a moça:
 ­­­  ––Nevinha,meu amor ao casar-se comigo,dou lhe casa,família e dignidade, e a única coisa que eu quero de ti és o calor do seu colo quando retorno das minhas andanças.Agora ela aceitou e ele cumprira a promessa,tudo  estava como planejara ,quando Deolindo retornasse ela fugiria com ele,uma loucura, mas seria para a felicidade deles,sua amiga e vizinha Benedita a ajudaria em tudo.
  Deolindo retornava a terra natal, só pensava em Nevinha, seu amor, foi direto a casa de Inacia,ao chegar já avistou a nova geração de musas que ali residiam, entregando o seu corpo por alguns poucos míseros reais. Ficou sabendo que Nevinha, mudou-se, casou-se, como ficou triste, o pobre almirante. Encontrou a casa da moça, ela o atendeu friamente, após minutos de conversa, a vizinha bateu palmas, era o sinal para a fuga. Quando Nevinha disse que buscaria as malas, Deolindo entendeu tudo, a felicidade tomou conta de seu coração, mas passando-se algum tempo percebeu que algo estava errado, Nevinha demorava então como num piscar de olhos, ouviu-se um grito abafado, Deolindo correu para o quarto, um súbito pânico tomou conta do seu corpo: Genoveva ensangüentada no chão, agonizada a morte, a janela aberta mostrava as manchas de sangue, e as marcas de pegadas que desapareciam na escuridão da noite.
  A policia da época não conseguiu descobrir o que aconteceu, José Diogo apresentou um halibi, mas não conseguiu provar que estava em outra cidade. Inacia, a velha maldita estava no momento do crime, passeando pela rua o que também não foi provado, a suspeita ficou no ar, enquanto na casa vizinha, a amiga Benedita mostrava nos lábios um sorriso satisfeito, o mesmo que tempos depois encantou Deolindo e o fez casar-se com ela.
*Noite de Almirante - Machado Assis

terça-feira, 22 de março de 2011

Tacuma

Toda tarde quando vou jantar na casa do meu querido avô ele sempre me conta historias que afirma ser verdadeira, mas como ele foi pescador, desconfio de suas historias fabulosamente contadas. Ontem ao nos sentarmos á mesa para jantarmos ele nos contou uma que me chamou muita atenção: era de um forte e tradicional índio que há muito tempo visitara uma cidade do interior do estado de São Paulo. Ele viera protestar contra um massacre ocorrido em sua aldeia, um grupo de caras pálidas invadira e massacrara mulheres e crianças da aldeia alem de prender e machucar índios para a escravidão. O índio após contar toda a historia ao fazendeiro foi convidado a acompanhá-lo a uma sede do Funai que se localizava na capital do estado. Depois de alguns dias de viagens á cavalo eles chegaram há cidade de madrugada.
Quando Tacuma viu todas as grandes construções e edifício da cidade ficou horrorizado em descobrir que não conhecia aquelas espécies de arvores coloridas.
Quando Tacuma viu um avião, correu espantado imaginando ser uma enorme ave devoradora.
Quando Tacuma viu um carro, correu atrás para montá-lo, ele nunca vira aquele animal.
Quando Tacuma viu algumas mulheres com bolsas a tiracolo imaginou ser uma espécie de talismã sagrado.
Quando Tacuma viu todas as novidades da tecnologia moderna da época, o radio e a televisão, ele ficou abismado em como as pessoas presas ali dentro pareciam felizes.
Quando Tacuma ao passear pelas ruas da cidade viu os grandes e exagerados anúncios e propagandas imaginou que as pessoas ali eram muito comunicativas.
Quando Tacuma viu instrumentos musicais se entristeceu porque em sua tribo não existiam daqueles.
Quando Tacuma viu algumas fabricas imaginou que naquela “arvore” gigante as pessoas faziam altar para os deuses.
Quando Tacuma em diversos estabelecimentos, varias pessoas em fila imaginou ser o dia em cada uma ganharia sua independência como faziam na tribo.
Quando Tacuma ouviu as musicas da época reclamou de dor no ouvido, pois na sua tribo as pessoas cantavam musicas suaves que despertavam sentimentos desconhecidos.
Quando Tacuma sentiu o cheiro da grande variedade de comidas ficou feliz que as pessoas ali partilhavam o alimento, mas se decepcionou ao descobrir que cada um tinha que pagar pelo alimento.
Quando Tacuma á noite não viu a deusa Jaci (lua) imaginou que ali eles não gostavam dela por isso não a contemplavam.
Quando Tacuma entrou na sede do Funai, ficou feliz em descobrir que alguém queria ouvi-lo, mas quando um ascensorista veio atendê-lo ele correu.
Quando o fazendeiro conseguiu alcançá-lo e perguntou por que correra daquele jeito Tacuma simplesmente disse que aquele homem estava na aldeia no dia do massacre, ele não confiava nos caras pálidas, tinha medo deles pois se uniam para o mau.
Quando o fazendeiro pediu para Tacuma entrar no carro ele o olhou por alguns instantes e se distanciou correndo para a mata.
      Alguns anos depois Tacuma encontrou seu povo no seu céu, ele morreu a caminho de um lugar distante ele seria usado como escravo por indústrias ilegais assim como outras centenas de índios, ele morreu ali mesmo sem justiça, qualquer comida ou liquido para matar a sede, mas com seu coração puro de índio que ainda não havia sido corrompido pela maldade e arrogância dos brancos.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Hoje

Hoje quero te ver
Te conhecer
Jamais te esquecer

Hoje quero te olhar
Te apreciar
Sem nunca parar

Hoje quero ser
Te entender
Nunca crescer

Hoje quero confessar
Te reencontrar
E para sempre te amar

Hoje quero merecer
Te Dizer
E aprender

Hoje quero ir
Contigo Sorrir
E agora partir...

domingo, 20 de março de 2011

Sorte ou azar?

––Já ficou pronto?
––Sim!
––Então vou levar, depois pago...
––Desculpa, mas não vendemos fiado!
––O que?Mas eu combinei com você!
––Não lembro!
––Como não lembra?Dois dias atrás eu vim aqui e combinei com você que levaria o bolo e depois pagaria...
––Mas moço eu não estava aqui dois dias atrás!
––Claro que estava você me atendeu, combinamos e por isso vou levar e depois pago.
––Não, daqui esse bolo não sai!
––Mas é o aniversario da minha namorada!
––Parabéns para ela, mas a namorada é sua e o bolo continua sendo meu!
––Vou te dar o dinheiro, mas fique sabendo que era para a conta de luz.
––Pode deixar que eu vou tentar ficar com remorsos.
   Saí da padaria bufando de raiva, mas um pouco satisfeito, pois meu amor ainda tinha a surpresa. Percebi que não por muito tempo, pois a alguns metros estava ela conversando com uma amiga minha, sorte foi que um ônibus passou tampando seu ângulo de visão, corri para uma rua lateral, mas para meu azar uma mulher que ao me ver correndo com um bolo gritou logo para todos ouvirem:
––Olha um ladrão, ele está fugindo!
   As pessoas quando me viam corriam, outras tentavam me segurar e para variar a policia me perseguia, a alguns metros de distancia avistei o Uno branco do meu amigo, corri para ele e entrei, qual não foi minha surpresa quando uma mulher gritou:
––Ele está tentando roubar o meu carro!-só então percebi que a placa era diferente, corri dobrei a esquina, topei com uma criança que pedia esmolas derrubando suas moedas no chão, fugi para a avenida, minha intenção era voltar à padaria e resolver tudo. Corri em meio a todo o movimento da avenida, mas um homem de bicicleta tentando se desviar de mim foi arremessado ao ar por um carro em alta velocidade, me senti culpado, mas já estava tão perto da padaria, foi pensando nisso que me distrai e tropiquei no meio fio, cai no chão, ralei o rosto e o bolo voou no ar e acertou em cheio o rosto da minha namorada que ainda estava com a amiga.
 Não entendi quando alguém me abraçou e a policia me entregou uma grande quantia em dinheiro. Só no outro dia descobri que a mulher do carro tinha-o roubado e trocado a placa, o garotinho das moedas era um trombadinha bandido, o homem da bicicleta era um pedófilo foragido e o do carro não tinha carteira.    Soube de tudo isso quando comemorava o aniversario do meu amor.
   Foi assim que aconteceu. Até que enfim estávamos a sós e felizes para sempre. Tudo o que havia de desagradável ficara para trás. Agora sentíamos paz, sossego e harmonia. Conseguimos redefinir nossos pensamentos, reavaliar nossas atitudes e compartilhar nossos momentos de felicidades e dissabores. E assim... Seguimos felizes para sempre!
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sábado, 19 de março de 2011

Tiros e Beijos

   Célia era uma pré-adolescente muito criativa e participativa, sempre atenta e estudiosa; até conhecer Marcelo, um jovem bastante problemático, pois ele não se abria nem conversava com ninguém. Mas mesmo assim Sandro um dos grandes vencedores no nível de popularidade, fazia questão de implicar com Marcelo, como fazia com todo mundo.
   Certo dia Célia, como todos os dias, tentava fazer Marcelo se entrosar com a turma, quando Sandro veio com sua equipe de vândalos e esbarraram em Marcelo,derrubando todos os seus materiais. Outra vez Marcelo levava seu trabalho de Ciências quando Sandro veio e rasgou, Marcelo chorou, Célia cuidou de consolá-lo.
   A escola onde eles estudavam foi escolhida para a festa de Hallowenn do ano, Marcelo com seu jeito estranho dava seu toque especial e fez quase sozinho a decoração, deixando tudo assustador.
   Quatro dias antes da festa Sandro e sua turma passaram do limite, trancaram Marcelo dentro de um velho armário e ainda para assustar Célia queria agarrá-la a força. Marcelo não veio à escola nos dois dias seguintes. Célia preocupada com o quase namorado foi visitá-lo, ele não estava, mas ela foi ao quarto dele e sem querer leu uma pagina do diário de Marcelo que estava sobre a cama que assim dizia:
“Hoje vou me vingar do Sandro, ele vai me pagar porque com a Preta eu posso tudo!”
Célia perguntou ao pai dele quem era Preta, ele respondeu:
__É como apelidamos a arma da família...
__Então ele a pegou!
__Sem possibilidade, pois a arma fica fechada no cofre. - ergueu o molho de chaves ao mesmo tempo em que balbuciava:
_Sumiu!
Os dois correram para a escola a tempo de acontecer o desastre:
 Marcelo com ódio no olhar atirou em Sandro que se abaixou e o tiro acertou em cheio Célia que adentrava a escola, deixando paraplégica. Sandro foi expulso da escola e anda pelas ruas da cidade livremente. Marcelo teve varias sessões no psicólogo e foi processada pela família de Célia levando seus pais a cadeia já que ele era menor de idade. A festa foi adiada e nossa historia poderia terminar com um beijo ardente entre dois jovens que se amavam, mas eu prefiro terminar dizendo que mais de 10 mil jovens morrem por ano no mundo sendo que 60% das causas é uma arma, não tenha e nem queira ver uma.
                                       (originalmente escrito em 2008)